sexta-feira, 25 de março de 2011

Cameron promete falar de Brasil e energia nos próximos filmes



O cineasta e produtor canadense James Cameron disse nesta sexta-feira que falará sobre Brasil e sobre o problema da produção de energia em seus próximos filmes. Durante o 2º Fórum Mundial de Sustentabilidade, realizado em Manaus, o diretor afirmou que tem contrato com a produtora 25th Century Fox para duas sequências de Avatar, que entrarão em cartaz em até cinco anos. "Os dois filmes continuarão com a temática do respeito à natureza e à sabedoria indígena", afirmou.
Em projetos paralelos, Cameron prometeu um documentário sobre a energia do futuro e disse que atuará em três frentes para defender a sustentabilidade. "Primeiro, a ficção, com os filmes Avatar. Outra frente é a realidade, no documentário que abordará também o Brasil. E a terceira frente é pela minha própria vocação. Acho que meu destino está ligado ao Brasil. É um aprendizado para todos", afirmou.
Cameron recebeu do cacique kayapó Raoni Txucurramãe a lisonjeira alcunha de Kapremp-ti, como é denominada em kayapó a entidade que defende o meio ambiente de qualquer agressor e dá o troco - possível nome para um novo avatar. "É uma força mágica dos bichos, árvores, pedras, que defende a natureza de qualquer predador que abusa da balança da natureza. James Cameron é a encarnação dessa força", disse o líder indígena.
Belo Monte
Depois de aparecer pouco no dia anterior, ofuscado pela presença do ator e ex-governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger, Cameron convocou nesta sexta-feira uma coletiva para debater a construção da usina de Belo Monte, na bacia do rio Xingu, no Pará. Cameron estava acompanhado do cacique Raoni, da líder Sheyla Juruna, de Brent Millikan, da International Rivers, de Terry Turner, que traduziu do kayapó a fala de Raoni, de Philip Fearnside, da INPA, e de Francisco Hernandez, do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (IEE-USP).
"A minha opinião é que não é um projeto bem concebido, que leva a muitas modificações na região, que não é transparente, e não é inclusivo com relação à população diretamente afetada. A demanda de energia vai crescer no Brasil e a hidrelétrica parece ser a resposta mais óbvia. Mas não é. Existem outras alternativas, como solar ou eólica", afirmou Cameron.

Nenhum comentário:

Postar um comentário